sábado, 8 de maio de 2010

Servidores da área de saúde e tratamento penitenciário farão ato público na próxima terça, 11 de maio, às 9:30 hs no Palácio Guanabara

Servidores do antigo Desipe durante a manifestação do dia 3/05, na SEAP
Foto: Niko





Servidores do antigo Desipe farão ato público na próxima terça, no Palácio Guanabara
07/05/2010
Por André Pelliccione, da Redação do Sindsprev/RJ



Com apoio do Sindsprev/RJ, os cerca de 760 servidores do antigo Desipe (atual SEAP) farão ato público seguido de assembléia na próxima terça-feira, 11 de maio, a partir das 10h, em frente ao Palácio Guanabara. O objetivo é pressionar o governo do Estado pelo atendimento de suas reivindicações, que incluem o pagamento de uma gratificação emergencial de R$ 500,00 (quinhentos reais) para todos os servidores; a implementação de um plano de cargos e salários; e melhores condições de trabalho. Os trabalhadores querem ser recebidos por representantes da Casa Civil do governo estadual.
Na última segunda, 3/05, os servidores do antigo Desipe paralisaram suas atividades por 24h, em protesto contra a intransigência do governo. Durante a paralisação eles foram recebidos em audiência pelo titular da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP), Cesar Rubens Monteiro de Carvalho. Aos servidores Carvalho prometeu empenho, junto à Secretaria de Planejamento (Seplag), para a concessão da gratificação de R$ 500,00. Em seguida, os servidores dirigiram-se à Seplag, onde foram recebidos pela assessoria do secretário Sergio Ruy, que afirmou ‘desconhecer’ as reivindicações da categoria. Indignados, os servidores fizeram uma rápida assembléia em frente à Seplag, quando receberam então um comunicado, da chefia de gabinete da SEAP, segundo o qual o governo do Estado teria concordado em pagar R$ 500,00 de gratificação para o nível superior e R$ 300,00 para o nível médio. “A resposta é insatisfatória para nós porque nossa principal reivindicação é a implementação do Plano de Cargos. A gratificação é importante, mas tem caráter emergencial. Por isso continuaremos na luta, que também é por condições dignas para todos nós”, explicou o servidor da SEAP José Carlos dos Santos, que integra a comissão de representantes da categoria. O corpo funcional da SEAP-RJ é composto, entre outras funções, por médicos, enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem, técnicos de radiologia, técnicos de laboratório, biólogos, odontólogos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, assistentes sociais e psicólogos.


Fonte: http://www.sindsprevrj.org.br/jornal/secao.asp?area=24&entrada=4103


sábado, 1 de maio de 2010

Psicólogo no sistema penal : perito ou profissiOnal da saúde?

O PSICÓLOGO NO SISTEMA PENAL: PERITO OU PROFISSIONAL DA SAÚDE?

Querem atribuir ao psicólogo “tarefas” que não lhes dizem respeito aí ele vai parar no “pequeno tribunal” da Comissão Técnica de Classificação - CTC (composta por psicólogo, assistente social, psiquiatra e mais dois chefes de serviço) local, inclusive, de avaliação disciplinar do preso, via Lei de Execução Penal (LEP).
A contribuição do psicólogo deve se dar no campo da saúde mental e não pode ficar atrelada à LEP, que nem fala da assistência psicológica, deixando estes profissionais apenas no campo da execução da pena.
Após estes apontamentos uma questão precisa ficar clara: quem é o nosso cliente?
I – é o preso que vive angustiado sabendo que cada ano na prisão, em virtude dos diferentes transtornos que vivencia, corresponde a muito mais do que o estabelecido pelo judiciário?
II – é a administração da prisão que nos envia o preso alegando que ele precisa de conselho já que não quer aceitar as “normas da prisão”?
III – é o funcionário, que vez por outra entra na sala da psicologia, pede ajuda, é acolhido, indicado para outro lugar e recusa alegando que quer se tratar ali?
IV – é a instituição, com sua construção arquitetônica, sua “geografia” e sua “anatomia” projetadas para controlar presos, funcionários, visitantes, colaboradores e estagiários com alguns gestores munidos de paranóias, lógicas perversas e autoritarismo?
V – é o juiz que poderia utilizar-se de outros recursos quando da ocasião de conceder benefícios e no entanto insiste na perspectiva do Exame Criminológico, querendo que o psicólogo diga e garanta que o interno não voltará a delinqüir?
VI – é o Estado pedindo que se ortopedize, normatize e disciplinarize o preso com a colaboração de uma psicologia de cunho positivista e em nome de uma filosofia intitulada “tratamento penitenciário” e que a gente colabore com o encarceramento?
O Plano Nacional de Saúde no Sistema Penitenciário (Portaria Interministerial Nº 1777 de 09/9/2003) aponta a Psicologia no Artigo 8º dizendo que: “a atenção básica de saúde, a ser desenvolvida no âmbito das unidades penitenciárias, será realizada por equipe mínima, integrada por médico, enfermeiro, odontólogo, assistente social, psicólogo, auxiliar de enfermagem e auxiliar de consultório dentário”.
Mesmo com estas propostas o Estado não se organizou para recebê-las, não iniciou uma política de saúde, não capacitou unidades e nem convidou seus profissionais para que opinassem qual a melhor estratégia a ser utilizada neste novo horizonte que despontava.
O sistema penal está assentado em um terreno difícil. Neste terreno difícil e pantanoso encontramos o psicólogo, muitas vezes convocado a fazer exame criminológico onde este profissional deverá apontar o que o preso fará quando sair da prisão. O futuro é imprevisível! E como podemos excluir do campo científico a variação?
É preciso entender o que é o Exame Criminológico, a quem interessa e o que será feito com esse conjunto (o parecer, o preso e o profissional que carimba e assina tal documento)
Não podemos fazer de nossa escrita, nem do exercício de nossa profissão uma prática que exclui, produz estigma, coloca rótulos, carimba e contribui com a exclusão social, com a marginalização e a criminalização, vendo isso tudo (a história do Exame, sua existência, feitura, conteúdo, e exposição) como natural, pois é uma violência aos direitos humanos.
Não podemos sair psicologizando tudo e todos, patologizando a população carcerária porque sua grande maioria é constituída de pessoas “absolutamente comuns”, que apenas devem ser responsabilizadas pelos seus atos.
O trabalho do psicólogo no sistema penal é um dos pressupostos básicos no “cuidado” do preso, no sentido de garantir a ele um espaço de reflexão, de reconhecimento e questionamento de suas inquietações, mudança de lugar, se achar conveniente.
É preciso que haja um suporte aos internos portadores de qualquer tipo de doença, principalmente as mais graves e que se constitua uma equipe de saúde onde possam trabalhar, médico, assistente social, psicólogo, agente de saúde, enfermeiro e outros que se façam necessários, mas é preciso que se esclareça que o psicólogo tem o seu lugar delimitado nesta equipe.
Nesta equipe multidisciplinar o psicólogo pode contribuir no atendimento ao preso, seu parceiro, sua visita, seus familiares, principalmente os pacientes mais graves, trabalhando suas angústias, a questão da morte, o medo da morte, o medo de se ver freqüentemente diante da morte, impossibilitado de estar neste momento de grande sofrimento junto dos seus entes que de alguma forma poderiam ajudar a diminuir o seu sofrimento, que se sabe, não é pouco, posto que além de ser portador de uma doença que discrimina, (os portadores do vírus da AIDS) ainda é um preso, sem direito a nada, sem direito a morrer com dignidade, sem o direito a ter vivido com dignidade, sem o direito a ter vivido. Se é que me faço entender.
O lugar do psicólogo é o de descobrir com o preso como ele pode sair do lugar de sofrimento que no momento ocupa (se assim entender e quiser) encaminhá-lo para outros locais demandados.
O psicólogo reclama de fazer parte da CTC, porque esta muitas vezes, se constitui sobre uma lógica perversa, onde o preso já chega punido sem mesmo ter sido ouvido e/ou defendido e ele nesse lugar não tem nada a acrescentar, além de ser um lugar altamente desconfortável para quase todos, “salvo para aquele que sente prazer em ver a dor do seu semelhante”. É o mal estar na instituição.
O psicólogo reclama quando não está desempenhando alguma atividade que não seja pertinente à Psicologia (e na CTC disciplinar não estamos) precisamos cuidar disso agora porque da maneira em que vamos podemos produzir cicatrizes em nós mesmos, sem contar o ferimento que provocamos em nosso Código Profissional. E vai ser difícil conseguir algum tipo de cirurgia reparadora para nos reorganizar ética e humanamente.
Como diz Santos: “o lugar do psicólogo é o de facilitador na construção de um espaço psíquico e de reflexão promovendo a saúde e melhor qualidade de vida não somente para a pessoa presa mas, para a coletividade.”
É certo que os psicólogos precisam discutir várias questões tais como: psicoterapia na
prisão. Cabe? Deve existir? Deve ser breve ou não? O atendimento é apenas para dar um suporte? Qual o número ideal de sessões para o atendimento ao preso? Que quantidade de tempo na sessão? Como lidar com as questões éticas? Como abordar e o que fazer com certos temas trazidos pelo preso? Qual a melhor “teoria psi” para atendê-lo? O que fazer com o material registrado? Atender funcionário ou não? Por quê? Que técnica utilizar na assistência? Existe alguma técnica mais apropriada? Quando interromper um atendimento? Quem é o cliente?
Há muito que queremos incluir a assistência psicológica na LEP e no Regulamento Penitenciário. Isto é um desejo. Mas é preciso estar atento para o grande desafio que continua sendo o de não se comprometer, segundo Santos, com qualquer proposta, “mesmo que esta proposta venha revestida de tratamento penitenciário.”
Valdeque Santos
Psicólogo 5/6574

Servidores do antigo Desipe farão paralisação e ato público na segunda-feira

Servidores do antigo Desipe farão paralisação e ato público na segunda-feira
29/04/2010


Por André Pelliccione, da Redação do Sindsprev/RJ

Com apoio do Sindsprev/RJ, os cerca de 760 servidores do antigo Desipe vão paralisar suas atividades por 24 horas na próxima segunda-feira, 3/05, para pressionar a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP-RJ) a atender suas reivindicações, que incluem o pagamento de uma gratificação emergencial de R$ 500,00 (quinhentos reais); a implementação de um plano de cargos e salários; e melhores condições de trabalho. A partir das 9h, os servidores farão ato público seguido de assembléia, em frente ao prédio da SEAP, na Central do Brasil, quando entregarão a referida pauta ao secretário Cesar Rubens Monteiro de Carvalho.
O corpo funcional da SEAP-RJ é composto, entre outras funções, por médicos, enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem, técnicos de radiologia, técnicos de laboratório, biólogos, odontólogos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, assistentes sociais e psicólogos.

Fonte:
http://www.sindsprevrj.org.br/jornal/secao.asp?area=24&entrada=4069

CRP-RJ apoia movimento dos trabalhadores da SEAP por melhores condições de trabalho

CRP-RJ apoia movimento dos trabalhadores da SEAP por melhores condições de trabalho

O CRP-RJ apoia o movimento dos trabalhadores da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (SEAP), incluindo psicólogos, que lutam por melhores condições de trabalho.
Nesta segunda-feira, dia 29 de março de 2010, foi realizado pela manhã o Ato Público por melhores salários e melhores condições de trabalho, na porta do Palácio Guanabara. Na parte da tarde, ocorreu uma audiência com o Sr. Silvio Santos, assessor do presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ), o deputado Jorge Picciani (PMDB), para discutir a questão.
Essas foram algumas das iniciativas dos trabalhadores da SEAP, que, desde 2005, lutam pela aprovação do Plano de Carreira, Cargos e Salários. Veja abaixo a carta aberta elaborada por esses profissionais:

Carta aberta à população e às autoridades interessadas na melhoria da execução penal no Estado do Rio de Janeiro
Nós, profissionais concursados, funcionários públicos estatutários, ocupantes de cargos técnicos e de saúde da Secretária de Administração Penitenciária – SEAP - vimos a público declarar nossa indignação frente ao tratamento que o governo do Estado vem dispensando às questões de relevância para a qualidade do funcionamento institucional no que se refere à assistência social e de saúde dos apenados / internados no sistema penitenciário do estado do Rio de Janeiro, conforme prevê a Constituição Federal, a Lei de Execução Penal e a legislação de saúde de nosso país.

Nós, médicos(as), enfermeiros(as), auxiliares e técnicos de enfermagem, técnicos de radiologia, técnicos de laboratório, biólogos, odontólogos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, assistente sociais e psicólogos(as), aproximadamente 750 funcionários dessa Secretaria, apesar de cientes da essencialidade dos serviços que prestamos, temos vivido uma situação de indefinição funcional desde 2003, quando da passagem de Departamento do Sistema Penitenciário (DESIPE) para Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP).

Desde essa época até o momento, não foi criado, no âmbito da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária, o quadro funcional definindo os cargos e as carreiras, o número de vagas nem os vencimentos das mencionadas categorias funcionais, o que vem gerando insegurança e insatisfação entre profissionais de carreira, que vêm sofrendo perdas reais de remuneração, com os salários defasados, e perdas morais decorrentes da falta de um Plano de Carreira. Isto tem feito com que muitos se vejam obrigados a trabalhar mesmo já tendo completado a soma da idade e da contribuição previstas em lei.

Frente a esta situação, nós, técnicos e profissionais de saúde da SEAP, realizamos diversos movimentos até que conseguimos ser recebidos, enquanto comissão, pelo Secretário de Administração Penitenciária, abrindo assim um canal de negociação. Nesta ocasião (julho de 2009), o Secretário se comprometeu a levar ao Senhor Governador as nossas reivindicações. Daí a três ou quatro dias tivemos resposta do Secretário quanto às nossas pretensões, tendo ficado acordado:

1- o pagamento de quinhentos reais de gratificação, em caráter emergencial, para todas as categorias mencionadas, já no salário de julho - contra os mil reais pedidos pelas categorias.

2- encaminhamento à ALERJ pelo Senhor Governador de projeto de criação de quadro funcional definindo cargos, carreiras e vencimentos a fim de entrar em vigor em primeiro de janeiro de 2010.

Diante do descumprimento do compromisso de pagamento da gratificação emergencial, nos salários de julho de 2009 a fevereiro de 2010, conforme combinado com a comissão, e tendo em vista que o projeto que cria nosso quadro funcional encontra-se parado na SEPLAG desde 06 de agosto de 2009, nos declaramos em assembléia permanente para ampliar o controle da situação e intensificar a luta pelo cumprimento do acordo estabelecido entre as categorias de técnicos e profissionais de saúde e o Senhor Secretário de Administração Penitenciária.

Nossos gestores continuam nos subestimando e negligenciando questão fundamental para o cumprimento dos objetivos da Lei da Execução Penal e das determinações dos Ministérios da Justiça e da Saúde que concernem ao Plano Nacional de Saúde no Sistema Penitenciário.

Esta CARTA ABERTA ÀS AUTORIDADES Interessadas, tanto quanto nós profissionais, na melhoria da qualidade da Execução das penas restritivas de liberdade, é mais um apelo da Assembléia Permanente, que transcende o âmbito da SEAP a fim de buscar efetivo apoio no sentido de resolver este impasse que se tornou insustentável.

Rio de Janeiro, 25 de março de 2010.
Técnicos e profissionais de Saúde da SEAP em assembléia permanente.

29 de março de 2010

Fonte:
http://www.crprj.org.br/noticias/2010/0329-crprj-apoia-movimento-dos-trabalhadores-da-seap-por-melhores-condicoes-de-trabalho.html